BRASÍLIA – As eleições para a presidência da Seccional Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), que acontecem neste domingo (17.11), sinalizam uma disputa histórica que pode redefinir o equilíbrio de poder dentro da advocacia local. Entre os cinco candidatos, Everardo Gueiros, o Vevé, da Chapa 20, destaca-se ao colocar as demandas dos advogados das cidades-satélites, como Taguatinga, Gama, Ceilândia e Sobradinho, no centro do debate, além de alcançar regiões mais afastadas, como Arapoanga e Água Quente.
O peso das cidades-satélites no cenário eleitoral OAB-DF
Historicamente sub-representados, os advogados das cidades-satélites ganham relevância neste pleito, dado o crescimento do eleitorado nessas regiões e a possibilidade de se tornarem decisivos. “O momento é de mudança. Por anos, as cidades-satélites foram ignoradas pelas chapas que dominavam a OAB-DF. Agora, temos uma chance real de fazer a diferença com a Chapa 20", afirmou uma advogada residente em Ceilândia à redação do Justiça em Foco.
Com propostas que incluem a descentralização dos serviços da OAB, criação de polos regionais e maior representatividade no Conselho, a Chapa 20 se apresenta como uma voz para os profissionais que enfrentam desafios únicos em áreas das cidades-satélites.
Uma transformação estrutural em jogo
A liderança de Everardo Gueiros e sua vice, Rute Raquel, simboliza a ruptura com um modelo de gestão tradicional, focado no Plano Piloto e nos grandes escritórios. Rute, nascida e criada no Gama, com mais de 500 júris realizados, tornou-se uma inspiração para advogados (as) das cidades-satélites, reforçando a importância de dar voz a esses profissionais. Se a força das cidades-satélites se converter em votos, o resultado deste domingo poderá marcar uma nova era para a advocacia no Distrito Federal, abrindo caminho para uma gestão mais inclusiva e representativa.
Um pleito com impacto duradouro
Mais do que uma eleição, o pleito deste domingo representa uma oportunidade de transformação. A presença de candidatos como Vevé e Rute não apenas altera o discurso eleitoral, mas também estabelece um marco no reconhecimento das cidades-satélites como atores centrais na construção do futuro da advocacia no Distrito Federal.
O resultado das urnas pode sinalizar o início de uma nova relação entre a OAB-DF e seus membros, priorizando a inclusão e a descentralização, em um movimento que reflete as transformações sociais e profissionais que moldam a realidade jurídica da capital do Brasil. Brasília, como centro político e jurídico do país, comunica-se diretamente com os demais estados da União, amplificando o impacto das decisões locais e reforçando a necessidade de uma gestão que represente a diversidade e os desafios enfrentados por toda a advocacia brasileira. Essa renovação é necessária no que diz respeito à atenção aos jovens advogados, que frequentemente têm suas demandas negligenciadas, apesar de representarem uma parcela expressiva e estratégica da classe.
redacao@justicaemfoco.com.br